historia de Alhandra
EVANGELIZAÇÃO CATÓLICA NO LITORAL DA PARAÍBA.
Luiz Francisco da Silva Junior – FIP
Historiador, pós-graduando em História da Paraíba lfsj-pb@hotmail.com Resumo
Pensando sobre os embates entre a catequização dos índios no litoral da Paraíba, este artigo mostra como os índios procuravam se adaptar a nova realidade, fazendo deslocamentos da cultura que lhes era ensinada pelos padres nos aldeamentos missionários, ressignificando a cultura cristã que passa a conviver com um sincretismo, onde aspectos da religião indígena se entrecruzam com aspectos da cultura cristã. Na Paraíba, os missionários encarregados pela catequização dos índios nos aldeamentos missionários também enfrentaram os problemas da resistência ao culto do Deus cristão, os nativos eram batizados, freqüentavam as missas, mas sem abandonarem suas práticas religiosas. Percebemos isto de forma clara em Alhandra, cidade situada no litoral sul da Paraíba, que surgiu de um aldeamento missionário, dos índios Tabajaras. A princípio, a ação dos franciscanos, responsáveis pela catequização dos índios de Alhandra, parece ter sido muito bem sucedida, pois os nativos parecem ter desaparecido e se confundiram na massa dos demais moradores do lugar. Porém, Alhandra foi marcada em sua história pela prática do catimbó e pelo culto da jurema (da qual se fazia uma bebida que era consumida durante os rituais).
Sabendo-se que o culto da jurema é de origem indígena, apontamos esse traço da religião indígena como uma resistência e permanência da cultura indígena no litoral da
Paraíba. Nos locais de cultos da jurema em Alhandra é forte também a presença de elementos do cristianismo, como a cruz, percebemos então a coexistência dos dois aspectos religiosos em um mesmo espaço, seria a estratégia encontrada para a sobrevivência, ainda que de um aspecto da religião dos nativos. Assim, entre a cruz e a jurema deu-se a resistência da cultura indígena em