Historia da arte Gombrich - arte na oposição igreja romana e bizantina
Capítulo 6 – Bifurcação de Caminhos: Roma e Bizâncio, séculos V a XIII Quando a Igreja se tornou o poder supremo no reino, todo seu relacionamento com a arte teve que ser reexaminado. Assim, aconteceu que as igrejas não usaram os templos pagãos antigos como seus modelos, mas sim adotaram o tipo de grandes salões de reunião que eram conhecidos como “basílica”. Nenhuma das primeiras basílicas permaneceu inalterada, mas, apesar das alterações e reformas feitas no decorrer dos 1.500 anos desde então, ainda podemos formar uma idéia do aspecto geral dessas construções. Basílica de Santo Apolinário, em Classe, Ravena, c. 5300 d.C. Disponível em: Uma questão difícil e séria foi como decorar essas basílicas, porque o problema geral da imagem e de seu uso na religião reapareceu e causou disputas violentas. Sobre não haver estátuas na Casa do Senhor, todos os cristãos estavam de acordo. Mas, apesar de todos os cristãos devotos estarem de acordo em relação às estátuas copiadas da vida real, suas idéias sobre pinturas eram bastante diferentes. Alguns consideravam viam alguma utilidade nas pinturas, pois ajudavam a relembrar os ensinamentos que tinham recebido e mantinham viva a memória desses episódios sagrados. Esse foi o ponto de vista adotado principalmente na parte latina, ocidental, do Império Romano. O papa Gregório Magno, que viveu no final do século VI, era a favor dessa orientação. Ele dizia que muitos membros da Igreja não sabiam ler nem escrever e por isso, a pintura era útil para ensiná-los. Disse ele: “A pintura pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz pelos que sabem ler.” Foi de tamanha importância para a história da arte uma autoridade tão poderosa falar a favor da pintura. Mas o tipo de arte assim admitida era de um gênero algo restrito. No começo, os artistas usavam os métodos narrativos desenvolvidos pela arte