hist. da antropologia incompleto

ERIKSE, T. H.; NIELSEN, F. S. História da Antropologia. Petrópolis, RJ:Vozes, 2007. 214 p.
Há quanto tempo existem antropólogos? A ciência do homem, que se dedica a estudar “pessoas em outros lugares” (antropologia), tem inicio, por exemplo, no instante em que um estranho se muda para o apartamento em frente ao nosso. Contudo, se nos referirmos á antropologia como disciplina científica, pode-se dizer que teve origem especialmente em quatro países: França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e, até a II Guerra Mundial, Alemanha. No entanto, praticantes da antropologia gostam de atribuir sua origem aos gregos antigos.
Heródoto de Halicarnasso, nascido numa cidade colonial grega, acumulou um profundo conhecimento sobre os povos estrangeiros e escreveu narrativas de viagem minuciosas de várias partes da Ásia Ocidenta, Egito, etc. No entanto, surge um problema antropológico: como devemos relacionar-nos com “os outros”? Eles são como nós ou diferentes? Heródoto, assim como grande parte da teoria antropológica, procura estabelecer um equilíbrio, assumindo às vezes a posição de etnocêntrico, preconceituoso, e outras vezes reconhecendo que diferentes pessoas têm valores diferentes porque vivem sob diferentes circunstancias, não porque são moralmente deficientes. Quanto ao modo como se deve relacionar com “os outros”, existe um paradoxo do universalismo em oposição ao relativismo. O universalismo procura identificar aspectos e semelhanças comuns (ou mesmo universais) entre diferentes sociedades, enquanto que o relativismo enfatiza a singularidade e particularidade de cada sociedade ou cultura. Os sofistas de Atenas são por vezes descritos como os primeiro relativistas e Sócrates o opositor universalista. Aristóteles, por sua vez, dedicou-se a analisar as diferenças entre os seres humanos em geral, e os animais.
O interesse grego pelo “outro” permaneceu durante o período helenístico e, mais tarde, durante a dominação Romana de boa parte da Europa, Oriente Médio e norte da