Distância Biológica
DISTÂNCIA BIOLÓGICA ENTRE SAMBAQUIEIROS FLUVIAIS
(MORAES – VALE DO RIBEIRA-SP) E CONSTRUTORES DE
SÍTIOS LITORÂNEOS (PIAÇAGUERA E TENÓRIO-SP E
JABUTICABEIRA II-SC)
José Filippini *
Sabine Eggers**
FILIPPINI, J.; EGGERS, S. Distância biológica entre sambaquieiros fluviais (Moraes – Vale do Ribeira-SP) e construtores de sítios litorâneos (Piaçaguera e Tenório-SP e Jabuticabeira IISC). Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 15-16: 165-180, 2005-2006.
RESUMO: Traços não-métricos cranianos foram utilizados para testar se os indivíduos do sambaqui fluvial Moraes assemelham-se ou não morfologicamente aos habitantes de sítios costeiros do sul-sudeste do Brasil. Vinte e sete traços de 52 crânios pertencentes a quatro sitios arqueológicos foram usados em comparações intra- (Jaccard) e inter-sítio (Medida Média de Divergência, Distância de Sanghvi, Análise de Cluster). Os resultados indicam homogeneidade morfológica intragrupo, permitindo comparações intergrupo. Essas revelam que os indivíduos de Moraes possuem uma morfologia significativamente distinta da dos construtores de sítios costeiros.
UNITERMOS: Traços não-métricos – Biodistância – Sambaqui – Brasil.
Fig. 1 – Comparação entre a robustez dos crânios do sítio Jabuticabeira II (a) (sambaquieiros costeiros) e a gracilidade dos crânios dos sitio de Moraes (b) e Capelinha (c) (sambaquieiros fluviais). Fotos Filippini.
Estava então colocada a questão sobre o grau e o significado da diferença observada entre esses dois tipos de construtores de sambaqui.
No sambaqui fluvial Capelinha (Cajati, Vale do Ribeira, SP – Fig.2) e localizado a 40 km em linha reta da costa (24043´S e 48006´W) foram escavados os mais antigos restos de sambaquieiro. Trata-se do esqueleto do sepultamento II datado em 8.860±60 AP (Beta 153988 – Plens et al 2001; Figuti et al 2004 – Fig. 1) que veio a confirmar as datações antigas de sambaquis