Higienização social nas ruas de Porto Alegre

A capital dos gaúchos decidiu abrir suas portas para o mundo ao candidatar-se à vaga de cidade-sede para a Copa do Mundo 2014. A partir de 12 de junho até 13 de julho, os gaúchos pretendem “fazer bonito” frente aos novos visitantes. Para tal, diversas medidas foram tomadas: construção de novos estádios, restaurações e reformas de prédios públicos, melhora nas vias da cidade e, também, a chamada “higienização das ruas” da capital. O termo serve para resumir uma série de ações que visam a retirada de moradores de rua, travestis e prostitutas das áreas de maior visibilidade. Os órgãos responsáveis são as secretarias municipais de Meio Ambiente (Smam), de Direitos Humanos e Segurança Urbana juntamente com a Guarda Municipal e Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). Segundo o diretor da Fasc, Marcelo Soares, não haverá higienização na Capital e sim ações de Atenção à População Adulta de Rua visando a sua abrigagem. “A Fasc tem uma missão com as pessoas em situação de vulnerabilidade, isto que estão dizendo não irá acontecer.”, ressaltou. Do outro lado, o militante LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), Célio Golin, disse que a prefeitura não assume, mas o que quer é tirar os moradores de rua da cidade, num claro projeto de higienização. “Querem fazer disso a pior limpeza possível, que é a limpeza social”. Golin denunciou ainda agressões que travestis vêm sofrendo de brigadianos na avenida Bento Gonçalves, e a discriminação de homossexuais pelos proprietários de lojas do Shopping Nova Olaria, na rua Lima e Silva. De acordo com a diretora técnica da Fasc, Marta Borba, são 1.133 moradores de rua cadastrados na Capital. Os problemas que mais demandam busca por acolhimento, diz Marta, são o abuso de substâncias psicoativas, ausência de recursos materiais e rompimento de vínculos com a família. Segundo o morador de rua, Richard Gomes, a população de rua quer muito mais do que apenas um teto para dormir. Temos fome de direitos, de acesso aos