hiato
Os rolezinhos , grandes encontros marcados por adolescentes da periferia em shoppings centers, entraram na pauta política nacional, com direito a matérias na grande imprensa e análises sociológicas. O assunto foi alvo também de iniciativas governamentais, com prefeitos, governadores e ministros conversando com as associações dos shoppings para tomar “medidas” .Este fenômeno social não é totalmente original .No ano 2000, sem –tetos no Rio de janeiro promoveram o que hoje podemos chamar de rolezinhos, e o ato foi objeto de documentário.
Impedir os rolezinhos é de certo modo dizer que ali não é o lugar dessa juventude da periferia ,com sua linguagem própria e valores distintos dos cultivados nos “templos de consumo”. O rolezinho se tornou um problema sério e ameaçador quando rompeu ‘ as linhas de demarcação implícitas da nossa sociedade mais favorecidas .E as classes populares passam a fazer de conta que não sabem qual é o seu lugar. É isso que não confere caráter político a essas aparentes brincadeiras de jovens da periferia .Eles ameaçam a fronteira de classes ,vivida por todos nós de modo implícito.”
Também reforça o que é o capitalismo e a sociedade de classes, lembrando que nem tudo o que é produzido é para todos, na mesma qualidade e no mesmo local. Nossas classes sociais, inclusive as elites e a classe média, se definem e se hierarquizam entre si pelo consumo material, e as classes populares só desenvolvem uma distância crítica em relação ao consumo .
O direito de ir e vir nessa sociedade capitalista não existe ,fica esquecido !
Do ponto de vista da iniciativa do poder público é correto defender o diálogo, mas isto não pode se tornar cortina de fumaça para a inércia ou a adoção dissimulada dos interesses das elites. E quando esse poder público está sob condução, ainda que parcial, das forças políticas de esquerda, seu protagonismo deve se dar em todas as dimensões da vida social (econômica, cultural, ideológica), fortalecendo as