Heráclito, Parmenides e Zenão
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
ALUNO: EDUARDO CASTRO OLIVEIRA
FICHAMENTO
FILÓSOFOS DA PHYSIS: HERÁCLITO, PARMENIDES E ZENÃO
REALE, Giovanni. Os "naturalistas" ou filósofos da "physis". In: REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulinas, 1990. p. 29-35.
Heráclito de Éfeso (p. 35) Heráclito de Éfeso viveu entre os séculos VI e V a.C. [...] Escreveu um livro intitulado Sobre a natureza, do qual chegaram até nós numerosos fragmentos, talvez constituído de uma série de aforismo e intencionalmente elaborado de modo obscuro e num estilo que recorda as sentenças oculares, “para que dele se aproximassem somente aqueles que podiam” e o vulgo se mantivesse distante. [...] (p. 35)
Os filósofos de Mileto haviam notado o dinamismo universal das coisas, que nascem, crescem e perecem, bem como o mundo – aliás, dos mundos –, submetido ao mesmo processo. Além disso, haviam pensado o dinamismo como característica essencial do próprio “princípio” que gera, sustenta e reabsorve todas as coisas. Entretanto, não haviam levado adequadamente tal aspecto da realidade ao nível temático. E é precisamente isso o eu faz Heráclito. “Tudo se move”, “tudo escorre” (panta rhei), nada permanece imóvel e fixo, tudo muda e se transmuta, sem exceção. Em dois de seus mais famosos fragmentos podemos ler: “Não se pode descer duas vezes o mesmo rio e não se pode tocar duas vezes uma substancia mortal no mesmo estado, pois por causa da impetuosidade e da velocidade da mudança, ela se dispersa e se reúne, vem e vai (...) Nós descemos e não descemos pelo mesmo rio, nós próprios somos e não somos.” (p. 35 – 36)
[...] E pode dizer também que somos e não somos, por que, para ser aquilo que somos em um determinado momento, devemos não-ser-mais aquilo que éramos no momento anterior, do mesmo modo que, para continuarmos a ser, devemos não-ser-mais aquilo que somos