herpes
HERPES SIMPLEX
HERPES SIMPLEX
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O vírus Herpes simplex (VHS) tem elevada prevalência na população em geral. No princípio da década de 90, na maternidade do Hospital de Dona Estefânia, foi encontrada seropositividade para o VHS em 90% nas mulheres grávidas a quem tinha sido pedido estudo do grupo TORCHS; todas as mulheres com idade superior a 25 anos eram seropositivas.
Classicamente, o herpes oral é atribuído ao vírus Herpes simplex tipo 1, resultando a infecção do contacto com lesões orais ou secreções infectadas; o herpes genital é atribuído ao vírus Herpes simplex tipo 2, resultando a infecção do contacto com lesões genitais ou secreções vaginais infectadas. Para o recém-nascido a situação mais grave ocorre quando a mãe adquire a primeira infecção genital pouco tempo antes do parto. A infecção primária materna pode ser assintomática pelo que a criança poderá vir a nascer por via vaginal numa altura em que eventualmente a mãe ainda não dispõe de anticorpos IgG que passem a placenta e protejam o feto/RN. Contudo, muitas vezes, a mãe tem conhecimento das infecções recorrentes e avisa o obstetra - ou este observa as lesões no decorrer da gravidez - de modo que é possível programar o parto por via alta antes da rotura de membranas. Contudo, mais de 70% das crianças infectadas nascem de mulheres assintomáticas.
A infecção congénita é rara mas é acompanhada de um prognóstico muito grave – microcefalia, hidranencefalia e microftalmia com mortalidade muito elevada e sequelas graves nos sobreviventes. A infecção perinatal é a mais comum – 90% dos casos de herpes neonatal são adquiridos no período perinatal. O prognóstico é também muito grave se a infecção não for tratada. A forma de apresentação com lesões cutâneas, orais e oculares é a que tem melhor prognóstico. Parte