Hermenêutica geral
Do ponto de vista histórico, pode-se afirmar que tal ciência remonta à Grécia antiga e que até o século XIX pressupunha o estabelecimento de um método interpretativo (em especial um método de leitura, no que se refere aos textos) capaz de conduzir os intérpretes às mesmas verdades fundamentais sobre o que está sendo interpretado.
A atividade hermenêutica, entretanto, não decorre apenas da capacidade de raciocínio, pois o sujeito cognoscente (ou intérprete) realiza a atividade interpretativa com base em dados já integrantes de seu conhecimento – “pré-compreensão”, constituída de uma estrutura prévia de sentido (visão e concepção prévias). Sobre este aspecto, importantes nomes da Filosofia, com destaque a Hans-Georg Gadamer (1900-2002), autor de Verdade e Método, salientam não ser a verdade um conceito estável e definitivo, derivado da razão metódica, nos moldes preconizados por Descartes (séc. XVII) e pelos iluministas (séc. XVIII), antes, trata-se de um conceito instável e provisório, dentre outros fatores porque ligado intrinsecamente a contingências