Henry Ford
A produção de alto volume pode ser encontrada em algumas situações surpreendentes – até mesmo em cirurgia. Nem todas as cirurgias atendem às prescrições do “superartesão” individual, auxiliado por sua equipe, que desempenha a operação total, desde a primeira incisão à sutura final. De fato, muitos procedimentos cirúrgicos são pouco rotineiros. Entretanto, pode haver alguns exemplos de cirurgias bastante rotineiras, como nas clínicas russas de cirurgia ocular Svyatoslav Fyodorov.
Fyodorov tem sido chamado o “Henry Ford da Oftalmologia”, e seus métodos são, de fato, mais parecidos com a linha de montagem de automóveis do que com as salas de operações convencionais. Ele especializou-se em um procedimento cirúrgico revolucionário para tratar a miopia denominada caratotomia radial. No tratamento, a curvatura da córnea é cirurgicamente corrigida – procedimento ainda controvertido entre alguns profissionais, mas de muito sucesso, segundo ele. De sua sede em Moscou, ele controla nove clínicas em toda a Rússia.
A origem de sua fama não é apenas o tratamento; outros cirurgiões do mundo desempenham procedimentos similares. É a maneira como organiza o trabalho de cirurgia. Oito pacientes são posicionados em um círculo móvel, organizados como raios de uma roda em torno de seu eixo central, apenas com os olhos descobertos.
Seis cirurgiões, cada um com sua própria “estação de trabalho”, são posicionados em torno do círculo, de modo a ter acesso aos olhos dos pacientes.
Após determinado cirurgião executar sua parte da operação, o paciente é movimentado para a fase seguinte, em sentido circular. Os cirurgiões examinam os pacientes para checar se a etapa anterior da operação foi realizada corretamente, antes de iniciarem suas próprias tarefas. Cada atividade da cirurgia é monitorada em telas de TV, e os cirurgiões comunicam-se por meio de microfones em miniatura e fones de ouvido.
O resultado dessa abordagem de produção em massa para o processo