Hegemonia Inglesa no século XIX
Professor Livre-docente do Instituto de Economia da UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, SP - Brasil.
Marc Ferro foi um nome de destaque entre os historiadores franceses. No inicio de sua carreira teve dificuldade de ingressar na carreira acadêmica, mas com ajuda de Fernand Braudel, um dos mais importantes historiadores da França, conseguiu mostrar sua importância ao mundo. É um dos principais nomes da 3ª geração da “Escola dos Annales“. Ferro é conhecido por ter sido o pioneiro, no universo historiográfico, a teorizar e aplicar o estudo da chamada relação cinema-história.
Como acadêmico, foi co-diretor da revista Les Annales (Économies, Sociétés, Civilisations), ensinou na l’École polytechnique, foi diretor de estudos na IMSECO (Institut du Monde Soviétique et de l’Europe Central e Oriental), membro do Comitê de redação do Cahiers du Monde Russe et Soviétique e professor visitante nos EUA, Canadá, Rússia e Brasil.
Sua estadia na Argélia, em pleno fervor revolucionário, também não pode ser esquecida. De volta a França, ajudou a organizar comitês de solidariedade aos argelinos.
Vamos editar o tópico intitulado como este post, encontrado em seu livro História das Colonizações (pp. 390-392).
No século XIX, o movimento mais amplo é de fato a Revolução Industrial, cuja força motora é a Grã-Bretanha, que passa a ocupar o lugar dominante da Espanha e de Portugal na América do Sul, tanto para escoar seus produtos industriais como para controlar os circuitos comerciais. Os novos Estados nacionais endividam-se para comprar esses produtos. Os ingleses restringem-se em fazer negócios.
Assim, segundo Marc Ferro, “elaborou-se uma espécie de Novo Pacto Colonial, associando os interesses dos industriais europeus com os das classes dirigentes locais, mas em breve os primeiros controlariam parcialmente as economias dos países”.
A Grã-Bretanha era quem mandava no Peru e na Argentina. Os capitalistas alemães tomaram conta do comércio de