Hegel
No livro As lições da filosofia da história, Hegel faz uma análise introdutória da “base geográfica da história mundial”. De acordo com essa idéia, as atividades pastoril, agrícola e comercial, que representam as três fases do desenvolvimento da sociedade humana, do ponto de vista econômico, correspondem também a três regiões distintas da Terra. Com isso, demonstra-se também que a evolução das sociedades não ocorre apenas em momentos sucessivos do tempo e no mesmo espaço, mas sim mediante um deslocamento de área em área. Exemplo: uma vez alcançada sua maturidade na Europa, a civilização terá uma próxima fase na América; o novo continente seria o futuro.
Para Hegel, as formas de governo são as mesmas de Montesquieu – o Despotismo (oriental), a República (antiga) e a Monarquia (moderna). Com o livro citado acima, temos uma forte defesa da CONSTITUIÇÃO, como “uma porta pela qual o momento abstrato do Estado penetra na vida e na realidade”. “Com razão, portanto, as constituições têm sido classificadas universalmente nas categorias de monarquia, aristocracia e democracia. É preciso, porém, observar, em primeiro lugar, que ‘a própria monarquia pode ser distinguida em despotismo e em monarquia como tal”.
“As diferenças das constituições têm a ver com a forma como se manifesta a totalidade da vida estatal. A primeira forma é aquela em que essa totalidade ainda não evoluiu, suas esferas particulares não alcançaram ainda autonomia; a segunda em que tais esferas, e com elas os indivíduos, se tornam mais livres; a terceira, por fim, aquela em que estes são autônomos, e sua atividade consiste na produção do universal.” Esta primeira manifestação do Estado é despótica e instintiva. Mais tarde se manifesta a particularidade: são aristocratas, esferas singulares, órgãos democráticos, indivíduos que dominam. O fim, portanto, é o poder monárquico. Não se emprega mais o critério “de quem” e de “como” admitido anteriormente por Montesquieu. Trata-se de critério