hanseniase
1. Definição
Doença infecciosa crônica granulomatosa, de notificação compulsória e investigação obrigatória, causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen), capaz de infectar grande número de indivíduos
(alta infectividade), adoecer pouco (baixa patogenicidade), embora com considerável poder incapacitante (média virulência).
Ao longo da história esteve relacionada a manifestações de preconceito e discriminação, em decorrência das mutilações ocasionadas pela doença na era pré-quimioterapia.
A instituição do tratamento poliquimioterápico (PQT/OMS) permitiu uma completa mudança desse panorama, tornando-a curável, com impacto imediato na transmissibilidade, já a partir das primeiras doses da medicação, quando os bacilos se tornam inviáveis.
2. Epidemiologia
Costuma acometer ambos os sexos, com predominância do masculino.
Embora ainda existam lacunas de conhecimento quanto a todos os prováveis fatores de risco implicados na transmissibilidade, o domicílio continua sendo um dos mais importantes espaços para a propagação da infecção.
Assim, o maior risco é observado entre contatos intradomiciliares, definidos como indivíduos que residem ou tenham residido com o doente nos últimos cinco anos. Ressalte-se que o período de incubação da doença pode variar de 7 meses a 10 anos / (2 anos a 5 anos).
A meta de eliminação da hanseníase, com base no coeficiente de prevalência pontual, foi substituída pelo coeficiente de detecção de casos novos (coeficiente de incidência), que mede a força e magnitude da endemia.
Este mesmo indicador, calculado para a população de 0 a 14 anos, indica a presença de focos ativos da infecção e transmissão recente, em geral envolvendo focos domiciliares de áreas com alta endemicidade, pelo que sua redução tornou-se prioritária para a atual política de controle da doença no país. Os coeficientes de detecção tendem a uma estabilização em todo o país, embora em patamares ainda muito altos nas regiões Norte,