Hannah Arendt - Revolução
INTRODUÇÃO
Antes do séc. XIX o termo nação significava simplesmente uma idéia de um grupo de pessoas de uma dada região, lugar ou reino, transparecendo a origem como seu mais forte vínculo. Posteriormente esse conceito foi vinculado ao Estado e a um centro supremo de governo comum. O que faremos nesse trabalho é discutir essa vinculação da nação ao Estado (particularmente na questão da língua nacional), pois "os Estados, qualquer que fosse seu tamnho, não eram homogêneos e portanto não poderiam ser simplesmente equalizados com as nações".
AS RAÍZES CULTURAIS
Para Anderson a nação é uma comunidade imaginada. Ele mostra um exame das raízes culturais do nacionalismo, alguns elementos anteriores que possibilitaram a formação das nações modernas juntamente com uma mudança nas formas de apreender o mundo. A partir da comunidade imaginada sagrada (mas não somente dela) é que é possível estabelecer uma comunidade imaginada da nação. Para ele a decadência dos reinos dinásticos e da comunidade sagrada propiciaram uma decadência da idéia de continuidade que estes dois elementos representavam. Essa idéia dava sustentação à fatalidade da morte e o que melhor se adaptou (ou se adapta) a essa idéia de continuidade foi o ideal nacionalista.
A possibilidade de imaginar a nação surge quando três conceitos culturais básicos deixaram de Ter domínio axiomático sobre o pensamento dos homens: a idéia que determinada língua escrita oferecia acesso à verdade ontológica, principalmente por ser parte dessa verdade (como o latim); a crença que a sociedade era naturalmente organizada de forma centralizada e elevada; e a concepção de temporalidade em que a cosmologia e a história não se distinguiam.
Para Anderson as raízes culturais são elementos indissociáveis da compreensão da nação. "O que proponho é que o nacionalismo deve ser compreendido pondo-o lado a lado, não com ideologias políticas abraçadas conscientemente, mas com os sistemas