hahaha
Quer ele esteja contando a história de uma prostituta brasileira planejando seu funeral na Espanha ou de duas crianças tentando fugir da preceptora alemã, o autor consegue fazer isso com uma leveza e beleza irretocáveis. Terminei o livro sem conseguir decidir qual seria meu conto preferido dos doze.
Já havia comentado em um lista que conto é um gênero muito bom para a) leitura rápida e b) introdução a um autor que você não conhece mas quer conhecer. No caso de Gabo, seus contos são definitivamente uma forma de ajudar quem quer conhecer sobre a maneira como o autor escreve: suas veias poéticas estão aqui inegavelmente. Mas é importante lembrar que uma obra como Cem anos de solidão ou O amor nos tempos do cólera é muito mais do que apenas uma história.
Esse contos são um apanhado de coisas de uma mente que sempre vai muito além. Márquez se deixa fantasiar e escrever sobre o que bem entende, quer ele queira aprofundar-se no assunto ou não. Li um conto por dia depois de uma sessão de leitura mais intensa de outros livros – um, inclusive, sobre questões feministas que me tomaram alguns neurônios. Então, sempre que a cabeça estava um pouco cansada, um conto de Gabo serviu como bálsamo. E ainda que não esteja no mesmo nível que suas obras mais conhecidas, ainda estão acima da média de outros autores. Só por isso, o livro já vale a pena.
Essa edição específica da Record está muito bonita. Muito mais do que a anterior. Aliás, já vi que