habitacao: o abandono da questão como tema central na teoria da arquitetura
Hoje a cidade está no centro do debate de diversas áreas como o fenômeno arquitetônico mais importante. A necessidade da arquitetura de compreender esta aglomeração de pessoas que compartilham o mesmo espaço como um bem comum é predominante nos estudos teóricos contemporâneos. Devido as suas constantes e aceleradas transformações resultantes de diversos fatores econômicos e sociais que alteraram a dinâmica da vida do individuo, a cidade passa a ser a lente por onde todos os outros fenômenos arquitetônicos são abordados.
A cidade não é só arquitetura, e a cada dia que passa seus processos fogem completamente das mãos dos arquitetos devido sua complexidade. O estudo a seguir se baseia em reflexões e criticas que tentam entender esta esquizofrenia produzida entre a cultura arquitetônica e a realidade urbana contemporânea através da produção habitacional.
“Entre 2011 e 2050 a população mundial deverá aumentar em 2,3 bilhões passando de um total de 7 bilhões para 9,3 bilhões (Nações Unidas, 2011). Assim, prevê-se que as áreas urbanas do mundo absorvam todo o crescimento da população prevista para as próximas quatro décadas (…).”1
1. United Nations Department of Economic and Social Affairs/Population Division: World
Urbanization
Prospects-
The
2011
Revision.
Disponível
na
Internet:
http://esa.un.org/unpd/wup/pdf/WUP2011_ Highlights.pdf
Dentro deste contexto, a maior produção arquitetônica na cidade é a habitação, que constantemente passa pelo problema do déficit e hoje não é diferente, mas mesmo sendo quantitativamente o que mais se constrói, porque ela não é a questão central na teoria da arquitetura? O artigo visa refletir sobre o estado da questão, comparando com alguns momentos históricos em que a habitação se destacava nos levando a identificar os atores envolvidos, não visa esgotar o tema pois seria algo pretencioso e fictício mas sim levantar aspectos importantes que caracterizam o debate sobre produção