H1N1
O H1N1 é é um descendente direto do vírus que causou a maior pandemia da história da humanidade, a “mãe de todas as pandemias”, como dizem alguns: a gripe espanhola de 1918.
É um vírus primitivo. Para se ter ideia só tem uma simples hélice de RNA, diferente da gente que tem em cada célula uma Hélice dupla de DNA. Como dizia um antigo professor meu e : “É um pacotinho de proteína , com má notícia dentro!”
Os vírus, cada vez que se replicam ( no caso do H1N1 replicam o seu RNA), fazem cópias com pequenos erros aleatórios em seu matérial genético ( no caso do nosso vírus, o RNA). Estes erros fazem pequenas mudanças nos vírus, que mutam. Essas mudanças são pequenas, fazendo com que o vírus só gradualmente se vá tornando diferente dos seus antecessores. Mas, mesmo assim, os especialistas vêem-se obrigados a repensar todos os anos a composição da vacina contra a gripe sazonal do ano seguinte. Porque a do ano anterior já não nos protege tão bem, uma vez que o vírus já não é bem o mesmo.
O H1N1 ainda tem outra especialidade , que ajuda a trazer mutações ainda maiores: o seu RNA nem sequer é uma simples molécula; é, pelo contrário, composto de oito fragmentos separados, cada um deles comanda a síntese uma ou duas proteínas virais (11 no total). Basta um fragmento mutar, para o vírus mutar junto. Se dois mutam, o vírus muda mais rápido. E é ai que mora o perigo…
Esse vírus que causa a Gripe Suína ou a Nova Gripe é bem parecido com o da pandemia da gripe espanhola, que matou milhares de pessoas entre setembro de 1918 e abril de 1919. Foram 50 milhões de pessoas morreram em todo o mundo, o equivalente a quase 4% da população mundial de então. Só no Rio de Janeiro a gripe fez 15.000 vítimas fatais em apenas um mês. Estamos lidando com algo muito sério então.
As pandemias agem em ondas. Uma primeira onda calma ( uma marolinha como diria nosso ilustre Presidente Lula), depois vem ondas repetidas que são maiores e dão o golpe final. O que temos que fazer