GÊNERO E EXCLUSÃO SOCIAL
Resenha
GÊNERO E EXCLUSÃO SOCIAL
Izaura Rufino Fischer pesquisadora da Fundação J. Nabuco
Fernanda Marques professora da Univers. Estadual de Mossoró/RN
A presente resenha abordará o texto “Gênero e Exclusão Social” de Izaura Rufino e Fernanda Marques. As autoras iniciam relatando sobre a relação de gênero formada por homens e mulheres, onde são geralmente transformadas em desigualdades que tornam o ser mulher vulnerável à exclusão social.
O termo exclusão social, segundo Les Exclus (1974), define os excluídos como aqueles indivíduos concebidos como resíduos dos trinta anos gloriosos de desenvolvimento. Para Hélio Jaguaribe, a exclusão assume as feições da pobreza.
De acordo com Rogers (In Dupas, 1999), a exclusão, em sua essência, é multidimensional, manifesta-se de várias maneiras e atinge as sociedades de formas diferentes, sendo os países pobres afetados com maior profundidade. A exclusão social da mulher é secular e diferenciada. A compreensão sobre a condição bipolarizada do sexo possibilita indicações dos nortes da exclusão social fundamentada na diferença.
As relações entre homens e mulheres, ao longo dos séculos, mantêm caráter excludente. Assim, segundo Alambert (1983), Platão, em A República, V livro, desenhava a mulher como reencarnação dos homens covardes e injustos. Aristóteles, em A História Animalium, afirmava que a mulher é fêmea em virtude de certas características: é mais vulnerável à piedade, chora com mais facilidade, é mais afeita à inveja, à lamúria, à injúria, tem menos pudor e menos ambição, é menos digna de confiança, é mais encabulada.
No campo do trabalho, a exclusão da mulher não encontra explicação nas conjunturas econômicas, pois suas raízes estão fincadas em matrizes diversificadas, a exemplo dos interesses do patriarcado em manter a mulher distante do patrimônio e numa relação hierárquica inferior. De acordo à narrativa histórica de Michel (1983), a penetração da mulher no mercado