Guia Imuno
(imunologia como se o organismo importasse)
Nelson M. Vaz e Ana Maria C.de Faria
Belo Horizonte, 1993
Nos cursos introdutórios à Imunologia que oriento no ICB da UFMG enfatizo assuntos que me parecem negligenciados e, ao mesmo tempo, ser da maior importância. Os estudantes não dispõem de bibliografia em português para tais discussões. Com este texto, tento preencher parcialmente esta lacuna.
Como texto introdutório à Imunologia, ele serve também a não-especialistas à procura de uma visão pouco ortodoxa. Por outro lado, abordo assuntos muito mais vastos que a Imunologia, e sei que a mera tentativa de abordá-los parece implicar alguma presunção da minha parte, como se eu tivesse algum talento especial para tratar destes problemas. Não me sinto assim. Durante os últimos anos, falei exaustivamente destas opiniões às pessoas mais próximas. Exceto por alguns estudantes, duvido que alguém concorde inteiramente comigo. Mas quase todos os imunologistas que conheço concordam em que há algo seriamente equivocado em levar as coisas como usualmente fazemos na Imunologia. Não suponho ter soluções para os vastos problemas sobre os quais me sinto forçado a falar. Sinto que estamos todos em um tempo de crise e falo de problemas que são nossos, não apenas meus.
O que apresentamos aqui é muito incompleto para ser usado como livro-texto. Não tratamos de métodos imunológicos, de aspectos bioquímicos, histológicos ou farmacológicos ou de Imunologia clínica.
Abordamos apenas tangencialmente campos de grande interesse atual, como a biologia celular e genética molecular. Não procuramos sequer ser atualizados; na Imunologia moderna, esta qualidade seria perdida antes mesmo da redação ser completada. Eis aqui uma compreensão pessoal da Imunologia como um todo e de suas relações com a Biologia e a Medicina.
Talvez nada resuma melhor a motivação deste trabalho que os versos de Ana Maria Caetano de
Faria:
"responde depressa:
a