Guerra cambial
POR UMA ANÁLISE INTER-TEÓRICA
A “Guerra Cambial” e algumas reflexões teóricas:
Por uma análise inter-teórica
Em se tratando de “Guerra Cambial” há de se fazer algumas ilações e depreensões conjunturais acerca do tema, de modo que haja um entendimento mais completo e menos jornalístico do tema. A política do quantitative easing (afrouxamento quantitativo) demonstra uma preocupação exacerbada na emissão de moedas no comércio internacional, a despeito das implicações de desequilíbrio e insolvência que isso pode acarretar.
A polêmica começou já há algum tempo frente à manutenção de uma taxa de câmbio chinês desvalorizada, ou seja, reprodução de um sistema econômico sob o qual o Yuan se mantinha desvalorizado, de tal maneira que facilitava um superávit na balança comercial e, conseqüentemente, mais divisas ao país. Essa prática ficou em pauta por algum tempo nos painéis econômicos internacionais, mas foi realmente posta em discussão quando os Estados Unidos resolveram partir para uma disputa cambial, com os mesmos instrumentos chineses- diga-se de passagem – gerando uma currency war, diante do cenário de crise interna, retração do comércio e déficit na balança comercial.
O comércio internacional, hodiernamente, está fundado sob dois pilares epistemológicos que norteiam toda compreensão que temos sobre os fluxos financeiros. O primeiro é o sistema de fluctuating fiat currencies, que preconiza nossas transações a partir de moedas fiduciárias flutuantes, ou seja, baseamos nosso comércio em materiais simbólicos sob os quais depositamos nossa confiança na solvência e liquidez do emissor por uma questão de confiança. O segundo pilar da economia internacional se funda no preceito do “Full Faith and Credit of the US Government” – que talvez seja o mais perigoso – essa noção remete-nos a compreensão de “total confiança e crédito no governo dos EUA”, de tal modo que eles são os responsáveis pela credibilidade