Greve dos correios
Maurício Savarese Do UOL Notícias
O fim da paralisação de 28 dias nos Correios, determinado nesta terça-feira (11) pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), expôs o racha entre a cúpula da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) e seus representados. Os próprios sindicalistas reconheceram que a decisão pouco difere de um acordo feito na semana passada, endossado pela cúpula e rejeitado pelos funcionários em assembleias. Com a decisão, os funcionários voltam ao trabalho na quinta-feira (13). Para o presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, a decisão expõe um dos principais problemas trabalhistas do Brasil. “O comando de greve foi desautorizado por seus representados. Temos um problema sério porque não há como negociações sérias serem conduzidas por sindicatos sem representatividade real”, disse ele após o julgamento. Vários ministros fizeram essa crítica ao longo do dia. O secretário-geral da Fentect, José Rivaldo, disse que os trabalhadores não desrespeitaram o tribunal ao rejeitarem o acordo fechado pelas lideranças com a direção da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos). Mas admitiu a frustração com o resultado do movimento. “A gente teve uma expectativa maior. O que ficou para os trabalhadores é que é melhor negociar do que apostar no tribunal”, disse. Entre as críticas ao movimento grevista, ministros do TST acusaram “interesses políticos”, “greve pela greve”, “intolerância” e até “infiltração de partidos de extrema esquerda, barrando as negociações”. Para aprovar suas iniciativas, a Fentect precisa do apoio de pelo menos 18 de seus 35 sindicatos filiados. A rejeição ao acordo da semana passada foi unânime. “Um comando de greve sem capacidade de fazer valer os acordos que assina serve para quê?”, questionou a ministra Maria Cristina Peduzzi.
Decisão
Os ministros do TST decidiram que funcionários devem receber um aumento