Greg
Texto: Os camponeses e a política no Brasil
O autor inicia o texto fazendo uma análise das palavras "camponês" e "campesinato". Segundo ele estas são palavras políticas, introduzidas pelas esquerdas para definir os trabalhadores do campo e suas lutas.
Antigamente estes trabalhadores eram definidos por vários termos como: Caipira, Bóia-fria, caiçara, etc. Estes termos tinham muitas vezes um duplo sentido. Ao mesmo tempo que refere-se ao povo que vive longe da cidade, refere-se também a um povo atrasado, ignorante, ingênuos, etc.
Estas diferentes palavras que designavam o camponês acabavam por defini-lo como "aquele que está em outro lugar, no que se refere ao espaço e como aquele que não está senão ocasionalmente, e nas margens, nesta sociedade. Ele não é de fora, mas também não é de dentro, por isso pode-se dizer que ele é num certo sentido um excluído". É desta forma que os políticos e militantes de partidos vão encontra-lo: "como se fosse um estranho chegando retardatário ao debate político. Este fator irá influenciar diretamente no modo pelo qual são tratados, até mesmo por aqueles que se dizem seus aliados. Muitas vezes são encarados como uma ameaça, um perigo e outras vezes como sendo incapaz de fazer história, de definir e atuar no processo histórico senão no sentido de conte-lo. Isso definirá também o modo de colocá-lo no debate político- através da "conscientização" ou da "aliança subordinada" às diretrizes da classe operária.
Esta exclusão, que não é apenas uma exclusão política, vai definir o lugar do camponês no processo histórico. A falta de um conceito que o localize socialmente e o defina de um modo completo e uniforme é o que vai constituir a forma como se tem dado sua participação nesse processo histórico. O camponês tem participado no processo histórico brasileiro como um excluído, inferior e ausente.
A exclusão ideológica que é feita, é tão profunda e radical que alguns dos acontecimentos políticos mais