Gramsci por Stephen Gill e Robert Cox

Gill A proposta de Gramsci é que precisamos desenvolver novas abordagens da economia política internacional e das relações internacionais mediante a explicações apropriadas às condições do final do século XX. Gill coloca que nos escritos de Marx a ênfase teórica residia na idéia de uma sociedade histórica e integral implicando no reducionismo inerente ao “materialismo objetivista”. Assim como não há uma única escola de marxismo, também não existe uma única escola gramsciana ou “italiana”. A maior parte da obra de Gramsci girou em torno da analise de formações sociais nacionais em determinados períodos históricos. Esse era o nível inicial em que o Estado e a sociedade civil devem ser analisados e no qual se constroem os alicerces das hegemonias sociais. Um fato importante de ressaltar é que o pensamento de Gramsci se concentrava pouco em questões de economia política. Gramsci parte da explicação da crise da hegemonia do pós-guerra atribuindo à forças globalizadoras que estão integrando a vida material, política, social e cultural de muitos povos do planeta mas que, ao mesmo tempo, estão desintegrando formas previamente articuladas da organização socioeconômica e política. O século XX entrou em uma nova era de política global, a “economia política global” que implica em um sistema de alcance planetário e não apenas um sistema de economias nacionais independentes, marco da economia política “internacional” do século XIX. Uma determinada ordem mundial tem suas próprias condições especificas de existência e de dinâmica por isso a historia está sempre se fazendo, em uma interação complexa e dialética entre estrutura, consciência e ação. Os debates teóricos sobre a ordem mundial tratam de três questões interligadas: como entender a natureza da realidade social, quais são seus componentes e relações determinantes e de que forma se alteram com o passar do tempo. É necessário perguntar: “ordem para quem e com que objetivo?”. A ordem mundial emergente seria