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Acessado em: 04/05/12 7:46am
AS CIFRAS NEGRAS DO ANTI-SEMITISMO
Foto Ilustrativa
Desde outubro de 2000, o número de atos de violência contra os judeus aumentou significativamente na França. A maioria desses atos, perpetrados por jovens imigrantes árabes-muçulmanos, suscitam constrangimento e, mais grave ainda, silêncio.
Edição 36 - Março de 2002 Em virtude de persistirem, certos silêncios acabam por adquirir a densidade de verdadeiros acontecimentos. O silêncio que se abate sobre a França, há mais de um ano, sobre o recrudescimento dos atos anti-semitas, leva muitos judeus a se interrogarem, com inquietação, sobre a razão para tal mutismo.
No dia 10 de outubro de 2000, em Trappes, pela primeira vez após a Libertação, uma sinagoga foi destruída. Em 28 de outubro de 2001, em Marselha, uma escola judaica foi incendiada. Entre as duas datas, a lista é longa em atentados, violências e tentativas dirigidas contra pessoas físicas, prédios, cerimônias ou símbolos judaicos, sem falar na explosão de ameaças, panfletos, agressões verbais e pichações. Este novo clima foi o tema principal do jantar anual do Crif (Conselho das Organizações Judaicas da França), em 1º de dezembro último.
O último relatório da Comissão Consultiva sobre Direitos Humanos totalizava 116 violências anti-semitas no ano de 2000, contra 9 em 1999 e 1 em 1998. Cento e onze dos 116 atentados ocorreram no último trimestre do ano. “Em decorrência da situação no Oriente Médio”, segundo explica o documento, que enumera as diferentes formas de violência: “44 tentativas de incêndio – por lançamento de coquetéis Molotov – 33 depredações por jatos de fogo, apedrejamento, vidraças quebradas e 33 agressões, com 11 vítimas”. A Comissão, que apenas faz menção a 42 interrogados, descreve-os, paradoxalmente, como jovens delinqüentes que não “reivindicam nenhuma ideologia em especial”, mas que são “movidos por um sentimento