Grafemas
1 Enquadramento Teórico
Após a aquisição da linguagem oral, ou seja, quando as crianças já adquiriram uma parte considerável da língua materna, começam normalmente a aprender a linguagem escrita. Geralmente, estas, antes de adquirirem a linguagem escrita e de saberem ler, percebem que existe uma relação entre a escrita e a fala e que se representa no papel através de grafismos (letras), que têm uma determinada sequência, a qual é da esquerda para a direita e de cima para baixo, na língua portuguesa. De acordo com Faria et al (1996); “Qualquer que seja o ponto de partida, parece indispensável para a aprendizagem da leitura e da escrita que a criança tenha «consciência fonética», isto é, que saiba explicitamente que a cadeia sonora se divide em sons (fonemas) e que cada unidade gráfica (letra ou grafema) corresponde a um fonema.” (p. 93).
Segundo Bouton (1977), a criança “desde que as primeiras coordenações motoras lho permitem, (...) gosta de fazer gatafunhos numa folha de papel” (p. 263), se tiver acesso ao material necessário para escrever, tais como: as canetas, lápis de cor, etc., vai ter uma maior facilidade na aprendizagem da escrita, que é um processo complexo. Normalmente o primeiro contacto que as crianças têm com este material ocorre quando se encontram “entre os 2 e os 3 anos (...) a criança começa a fazer gatafunhos, sobretudo se vê os outros à sua volta escrever e (...) imitar” (Bouton, 1977, p. 264). Pelos 3 e 4 anos de idade esforçam-se para “desenhar traços mais precisos, mais firmes, por diversificá-los logo que a coordenação (...) entre os movimentos da mão e dos olhos se precisa” Bouton, 1977, p. 264). Nesta altura a criança começa por interpretar o seu desenho quando o termina. No entanto, é entre os 4 e os 6 anos que esta