Métodos de Alfabetização
UM BREVE REGISTRO SOBRE BASES TEÓRICO-METOLÓGICAS
DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM DA MODALIDADE ESCRITA DA LÍNGUA
Equipe Linguagem
UFSC
Introdução
Registraremos, aqui, linhas gerais dos métodos de alfabetização tal qual tendem a ser compreendidos nas práticas pedagógicas escolares, tanto quanto o pensamento de teóricos como Ferreiro e Vigotski sobre o tema, posicionando-nos em favor de uma ação escolar que ensine o código em contextos de sentido, tendo como eixo norteador a forma como as pessoas usam a escrita para interagir socialmente.
Métodos sintéticos e analíticos
Nós, alfabetizadores e estudiosos da alfabetização, temos convivido com uma tendência historicamente construída de tomar o processo de alfabetização sob o ponto de vista de dois encaminhamentos metodológicos distintos: métodos sintéticos e métodos analíticos. Os sintéticos, como o próprio nome informa, focalizam a língua escrita das partes para o todo; já os analíticos tomam unidades maiores, como a frase e/ou pequenas histórias e, dessas unidades, chegam às unidades menores. Expliquemos isso melhor... Os métodos sintéticos podem ser fônico, silábico ou abecedário. O método sintético fônico orienta que iniciemos o processo de alfabetização pela relação entre os grafemas e os fonemas – grosso modo, entre as letras e os sons1. Os adeptos do método fônico começam o trabalho com essas relações pelas correspondências mais fáceis, como entre os fonemas /p/, /b/, /t/, /d/, /f/, /v/ e os grafemas que os representam, respectivamente, p, b, t, d, f, v. Iniciar desse modo, sob essa perspectiva, facilita o processo porque tais fonemas são representados apenas por tais grafemas e, como consequência, tais grafemas representam sempre tais fonemas; trata-se de correspondências estáveis, biunívocas. No método fônico, os contextos competitivos, ou seja, quando um mesmo grafema representa mais de um fonema (o grafema c representa os fonemas /k/ em casa, e /s/ em cedo, por