Graduação
Este artigo tem por objetivo verificar, através de um estudo de acompanhamento, algumas dificuldades do adolescente autista relacionadas à sexualidade, comunicação, independência, ansiedade e rebeldia. Utilizou-se a musicoterapia para contribuir para a diminuição das dificuldades características da fase, proporcionando novas formas de expressão e descargas de ansiedade.
Alguns teóricos diferem no que acreditam ser o autismo. Mas, sabemos que a síndrome autística foi primeiro descrita pelo teórico Leo Kanner em 1943 que enfatizou a incapacidade dessas crianças estabelecerem relações normais desde muito cedo. O individuo portador de autismo apresenta dificuldades de interação e pode ser considerado como uma síndrome comportamental com causas múltiplas a seu desenvolvimento. Ao pensarmos sobre o que é adolescência, logo nos vem à mente como sendo uma fase com um turbilhão de acontecimentos fisiológicos, emocionais, comportamentais e sexuais. A questão sexual na pessoa autista é bastante complexa, uma vez que envolve um comprometimento significativo nas interações sociais, bem como trocas cognitivas e afetivas. Tal comprometimento, obviamente, interfere de maneira significativa a conduta sexual. A musicoterapia entra na tentativa de trabalhar essas questões evidenciando a força simbólica dos instrumentos, suas características lúdicas de forma integradora por meio de jogos e brincadeiras. Utilizar a música como terapia pode também favorecer para a desestruturação de padrões sequenciais cristalizados, uma vez que se articulam variadas formas de terapia. Além disso, o setting musicoterápico possibilita entrar em contato com sentimentos e emoções, acessar matérias inconscientes, proporcionando formas de expressão no sentido de conduzir à um alívio de tensões, gerando prazer e favorecendo o vínculo do paciente com a música.