graduando
Fichamento do texto A Maquinaria Escolar de Julia Varela e Fernando Alvarez-Uria In: Teoria e Educação, n.6 p. 68-96, Porto Alegre, 1992
“A universalidade e a pretendida eternidade da Escola são pouco mais do que uma ilusão. Os poderosos buscam em épocas remotas e em civilizações pres-tigiosas - especialmente na Grécia e na Roma clássicas - a origem das novas instituições que constituem os pilares de sua posição socialmente hegemônica.
...Os escassos estudos que procuram analisar quais são as funções sociais cumpridas pelas instituições escolares são ainda praticamente irrelevantes frente a história da educação e a todo um enxame de tratados pedagógicos que contribuem para alimentar a rentável ficção da condição natural da escola”. (P. 68,1º parágrafo)
“Aqui se procurará mostrar que a escola primária, enquanto forma de socialização privilegiada e lugar de passagem obrigatório para as crianças das classes populares, é uma instituição recente cujas bases administrativas e legislativas contam com pouco mais do que um século de existência. De fato, a escola pública, gratuita e obrigatória foi instituída por Romanones em princípios do século XX convertendo os professores em funcionários do estado e adotando medidas concretas para tomar efetiva a aplicação da regulamentação que proibia o trabalho infantil antes dos dez anos. A escola nem sempre existiu, daí a necessidade de determinar suas condições históricas de existência no interior de nossa formação social.” (P.68, 2º parágrafo)
“Que caracteriza fundamentalmente esta instituição que ocupa o tempo e pretende imobilizar no espaço todas as crianças compreendidas entre seis e dezesseis anos? Na realidade, esta maquinaria de governo da infância não apareceu de súbito, mas, ao invés disso, reuniu e instrumentalizou uma série de dispositivos que emergiram e se configuraram a partir do século XVI. ... (P. 69 – 1ª parte do 1º parágrafo)