graduando
Escola de Belas Artes
Crítica das Artes Visuais – 2011/2
Prof. Maria Angelica Melendi
THIAGO CESAR VIANA
RENNÓ, Rosângela. Mad Boy at Alexanderplatz. Apresentado na “Denkzeichen 4. November 1989”, Fotografia digital (processo Lightjet) em papel Fuji Crystal Archive, laminada instalada em painel luminoso na Alexanderplatz, Berlim. 4 de Maio a 3 de Agosto de 2001.
Memória e Rosângela Rennó percorrem uma mesma trilha. Fotógrafa que trabalha com a apropriação de imagens coletadas de álbuns de família, doação de amigos ou adquiridas em feiras, o trabalho de Rennó pergunta-nos da produção em massa de imagens no nosso cotidiano. Ao mesmo tempo, remete ao presente interesse social de gravar o máximo dos fatos passados em nossa lembrança.
Mad Boy é uma fotografia retirada da Série Vermelha (1996/2000) que consiste em fotografias amadoras onde, uma criança ou um homem, aparecem trajando (ou se inspirando em) uniformes militares. Transformadas digitalmente em imagens praticamente monocromáticas, sendo que o vermelho-sangue quase chega a apagá-las. Em vista ao traumático, termo utilizado por Hal Foster em seu “Funeral para o cadáver equivocado” para marcar a ruptura na arte causada pela Segunda Guerra Mundial e posteriormente pelo Holocausto, este discurso da memória metaforiza com a história brasileira na segunda metade do século XX, onde o desaparecimento de presos políticos da ditadura militar fazem saltar, nessas imagens quase apagadas, uma violência prestes a se manifestar.
No Brasil a cultura da memória traumática é ainda tratada mais por esse efeito quase transparente, característico da Série Vermelha, um quase esquecimento, forçado pela pós-ditadura e pelo processo de redemocratização do país, principalmente através da postura das mídias. Enquanto isso o processo de memorialização dos acontecimentos ditos traumáticos, principalmente na Europa, são tratados por mídias e por governos de forma a