Graduanda
SÃO PAULO – 2012 Tópico escolhido para análise:
4 - El-Rei Sebastião, de José Régio, Jornada de África, de Manuel Alegre, e Non, ou vã glória de mandar, de Manoel de Oliveira.
“Depois do crepúsculo da geração estoicamente épica de 70 [1870] e acompanhando-a no seu adeus ao sonho de um país realmente transfigurado e senhor de si mesmo, a paisagem da cultura portuguesa é um deserto de ruínas, um Alcácer Quibir de heroísmo virtual. Talvez por isso, e no rastro de Oliveira Martins, que colocara D. Sebastião no centro da mitologia portuguesa, praticamente nenhum outro autor representativo do século XX deixou de reescrever por sua própria conta para marcar ou ressuscitar nela, a história de um rei que na vida e na morte converte o empírico e exaltado destino de um povo de configuração imperial num destino messiânico, esperando do futuro uma grandeza que não será nunca mais universal que a enterrada numa só tarde nas areias quentes de Alcácer Quibir.” (Lourenço, 1999, p.130)
a perspectiva de uma visão portuguesa por um português a partir das suas derrotas
Esta última faceta do filme é bem expressa na batalha de Álcacer-Quibir (seguramente, uma das maiores e mais bem caracterizadas cenas de todo o cinema português) onde se antecipa o fim inglório da luta que se vive enquanto aquela história se conta. Todo o filme é envolto por esta mística pessimista, onde Portugal sempre acaba penalizado por uma sede irracional de poder.
EL-Rei Sebastião de José Régio
1949 – fixa de imediato um protocolo de leitura ao exarar, abaixo do título o género a que pertence - “poema espectacular em três actos” - e convida o leitor a travar conhecimento com um rei obstinado, prestes a lançar-se na africana aventura, fazendo face aos seus Fidalgos, insultando os seus Conselheiros, discutindo com sua Avó e não discriminando a exaltação pessoal da