graduanda
Os primeiros cronistas da fase colonial tinham a intenção de chamar a atenção da Europa para as novas terras, portanto escreviam de maneira a responder aos anseios europeus. Os relatos levavam uma imagem da natureza e de povos intocados, colocando nestes até mesmo aspectos míticos e fantasiosos, que carregavam a ideia de um paraíso perdido. Temos também cronistas que se preocupavam mais com a utilidade econômica desta natureza. De qualquer forma, ambos se preocupavam em criar “uma imagem atraente do Brasil através de sua natureza” (p.17).
Em seu nome, Brasil, podemos perceber claramente a dimensão que estes cronistas tentavam criar. Passando sobre o forte ideal religioso que colocara na nova terra o nome de “Terra de Santa Cruz”, fora colocado o nome de Brasil, tirado do pau-brasil, primeira planta brasileira a ser exportada em grande escala em beneficio da economia europeia. Ou seja com a colocação deste nome já se pode constatar a busca pela exploração da natureza brasileira, que, já desde os primeiros relatos era exaltada para incentivar tal intenção na Europa.
Estes cronistas em suas palavras somente exaltavam e elogiavam as matas brasileiras, porém, na pratica, a realidade era de exploração desde o inicio da colonização. Como herança destes cronistas, temos uma cultura de louvor e enaltecimento das belezas naturais que contrastam com uma realidade de depredação e descaso.
Porem existe também a tradição de alguns pensadores críticos sobre esta relação. Frei Vicente Salvador e Ambrósio Fernandes Brandão, por exemplo, ainda no período colonial, se preocupavam em denunciar em seus relatos a relação puramente predatória das terras que os senhores tinham no Brasil. Porem este