Graduada

BREVE REFLEXÕES SOBRE
BIRAGO DIOP

Birago Diop (1906-1990), senegalês poeta e escritor, nasceu em Ouacam e morreu em Dakar. Dedicou-se a poesia e tinha como profissão a Veterinária. Em 1960 enviou uma coletânea de seus poemas para a Revista Francesa, Présence Africaine o que auxiliou na divulgação do seu trabalho pela Europa.
Diop reescrevia contos e lendas que ouvira de Amadou Koumba, griot de sua família materna, contos que estão reunidos em duas coletâneas: Les contes d'Amadou Koumba (1947) e Les nouveaux contes d'Amadou Koumba (1958).
O senegalês retrata em seus contos o respeito à tradição de seu povo, as histórias contadas pelos mais velhos e pelos griots. A tradição oral que objetiva a transmissão da cultura, a inserção das crianças nas lendas, religião, nas crenças ancestrais e na própria história de seu povo. Diop com a oralidade e reescrita de contos em língua francesa, busca a reconstrução da identidade e cultura de seu povo, evidenciando a sabedoria dos ancestrais, os provérbios auxiliam e realçam a finalidade do conto que é a de “definir o lugar do homem, sua conduta moral e social e o sentido de sua existência, apoiando-se na tradição dos ancestrais” (Chevrier, 1984, p.194). Birago Diop reescrevia contos e lendas que ouvira de Amadou Koumba, griot de sua família materna, contos que estão reunidos em duas coletâneas: Les contes d'Amadou Koumba (1947) e Les nouveaux contes d'Amadou Koumba (1958).
O autor elimina as fórmulas iniciais e conclusivas por considerar que a transformação do conto oral em escrito produz uma rutura irreversível na relação que une o contador a seus ouvintes (Cf. Chevrier, 1984, p. 81). Ele renova o pacto narrativo que uni o narrador e o seu leitor, produzindo um texto que explicita os mínimos detalhes da história. Normalmente, no conto oral, a descrição detalhada é desnecessária, pois, o contador usa recursos gestuais e sonoros, como a mímica, o tom da voz, a música, o ritmo. No entanto, ao reescrever esses contos