Graduada
SYLVIA PLATH
Helena Vasconcelos
Storm. Portugal, novembro de 2003.
Com regularidade assombrosa, o fantasma de Sylvia Plath reaparece, de uma ou outra forma. Desta feita, surge na tela do cinema. A propósito de "SYLVIA" - Direcção - Christine Jeffs: Script - John Brownlow;distribuição - Focus Features. COM: Gwyneth Paltrow (Sylvia Plath), Daniel Craig (Ted Hughes), Jared Harris (A. Alvarez), Blythe Danner (Aurelia Plath), Amira Casar (Assia Wevill) and Michael Gambon (Professor Thomas)- a Storm recupera a história da grande poetisa.
Uma mulher de trinta anos, inteligente, bela e capaz de escrever com fulgor inigualável, suicida-se num certo Inverno londrino, num apartamento gélido. Brutal e eficazmente. Sem ruído. Deixa dois filhos muito pequenos. Desaparece uma vida que poderia ter sido brilhante, em todos os sentidos. Porquê? Esta é a questão colocada por todos aqueles que, muito depois da sua morte, continuam obcecados pela poetisa americana Sylvia Plath. A publicação da versão (quase) integral dos seus Diários, em 2000, poderá fornecer algumas pistas aos leitores e estudiosos, sedentos de encontrarem mais um detalhe revelador da sua personalidade. Santa ou frívola, vítima ou carrasco, amante da vida ou fascinada com a morte é principalmente nos seus poemas que se devem procurar as respostas. No entanto, a excitação que acompanhou a edição, tornada possível depois da morte do Poeta Laureado Ted Hughes, que foi seu marido e, para muitos, a razão da sua perda, poderá lançar alguma luz sobre o assunto.
Sylvia começou a escrever os Diários ainda em criança. Chamava-lhes o seu "Mar de Sargasso". Funcionavam como o repositório das suas experiências e como exercícios de escrita. Eram, também, o lugar privilegiado onde ela registava as ideias para os poemas. É notória a sua ânsia de perfeição, o seu desejo urgente, intenso, absorvente, em relação à poesia. O seu rigor, a exigência em relação a si própria, detectáveis nos seus esforços quando ainda