Governança
No começo, o temor era de que as evidências encontradas em outros mercados entre as boas práticas de governança corporativa e o aumento do valor da companhia não se repetissem no Brasil. Os estudos locais que avaliaram os efeitos das primeiras evoluções das empresas brasileiras, rumo a um melhor relacionamento com os acionistas, foram animadores. No entanto, a maior parte dessas primeiras pesquisas só analisavam a correlação entre alguns aspectos isolados de governança e seu impacto na geração de valor para a companhia, diz Miceli.
Apesar disso, segundo a pesquisadora, é possível encontrar indícios da redução do custo de captação de recursos no mercado e pode-se verificar que os novos aspectos trazidos pela bom tratamento aos acionistas minoritários influenciam a dinâmica empresarial no Brasil. Novas formas de governança, especialmente as decorrentes do controle acionário compartilhado têm ocupado espaço crescente no país, diz a pesquisadora. Isso faz com que a discussão da governança passe a ser mais relevante porque os diversos controladores precisam de mecanismos para monitorar o desempenho dos gestores da companhia.
Para Flavia, o capital de risco tende a se tornar uma fonte de recursos não apenas menos onerosa mas também mais adequada do ponto de vista da governança financeira, para financiar os investimentos. Existe uma correspondência entre as estruturas de governança corporativa e financeira decorrentes das mudanças sofridas pelas empresas na economia brasileira, disse Flavia, acrescentando, no entanto, que o assunto deverá ser tema de outros estudos.
Segundo Miceli, a maior parte dos trabalhos anteriores procurava averiguar se o valor de mercado das empresas era determinado por mecanismos internos ou externos – de governança. Ao analisar os aspectos isoladamente, não se podia verificar uma influência isolada de cada prática, sendo que algumas podem ter sinergias, explica Miceli.
Fonte
RIO, Catherine Vieira do. A