gosto de investigar
1. A indústria automobilística, para usar um surrado chavão, é um dos carros-chefes da economia. Quando pintou a crise, adotou-se medidas para estimular a venda de carros. Diminuição de tributos, facilidades creditícas e por aí vai. É o tal remédio na veia, o efeito é imediato.
A venda bate recordes e toda a imensa cadeia produtiva se refestela em lucros. Esse é o lado defensável das medidas de estímulo a esse segmento industrial. Mas tem dois efeitos colaterais perversos que colocam em xeque essa política. O primeiro deles é que nossas ruas, avenidas e viadutos estão entupidos e o trânsito não anda. O segundo é que os automóveis e outros veículos são grandes poluidores.
Parece óbvio que a saída é uma total inversão de prioridades, com ênfase no transporte coletivo, em especial trens e metrô, meios de locomoção rápidos e não poluentes, uma solução tão racional quanto improvável no futuro imediato.
2. Às sete e quinze da manhã desta terça-feira peguei um táxi no Bairro do Limão, zona noroeste de São Paulo, para ir até Pinheiros, zona oeste. Uma hora e meia depois, taxímetro marcando R$ 39,00, o carro andou menos de dois quilômetros e eu não consegui sair do bairro. Desisiti e voltei a pé para casa, com minha filha (que também não foi trabalhar de manhã). Perder dinheiro, tempo e a paciência não chega a ser uma quebra de rotina. Depois do almoço tentarei chegar ao destino, se as águas deixarem...
Tudo porque a Marginal transbordou e ninguém conseguia atravessar o Rio Tietê. É o enredo de sempre: São Paulo tem três rios principais: Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, todos eles confinados por vias "expressas", ocupando o espaço que seria das águas. Quando chove, o leito dos rios não suporta o volume de água, que escoa para as marginais.
Os especialistas afirmam que a impermeabilização do solo urbano, o assoreamento dos rios e córregos, a ocupação desregrada das margens dos rios são causas de todas as enchentes da