GOOGLE NO BANCO DOS REUS
O Google precisa de mais fontes de receita. Mas, ao entrar em novos mercados, a empresa assusta competidores — e é acusada de concorrência desleal
São Paulo - "Busque a web usando o Google!” A frase, do tempo em que a ideia de buscar conteúdo na rede era algo que ainda precisava de explicação, foi uma das primeiras a estampar a página inicial do Google. Lançado em fins de 1998, o site pode não ter sido pioneiro entre os buscadores da web.
Mas foi de longe o que melhor se saiu na missão de dar sentido ao colosso de informações da rede. Entre as razões para o sucesso, destaca-se o algoritmo criado para classificar os resultados das pesquisas, que tornou as buscas na web mais precisas. Além de garantir o êxito do negócio, o invento serviu para criar a imagem de empresa “do bem”.
No Google, pela primeira vez a hierarquia dos resultados seguia a popularidade estabelecida na própria rede — contabilizando, por exemplo, os links que os sites criam entre si. Nada poderia servir melhor os usuários de internet, defendiam os fundadores, Larry Page e Sergey Brin. “Não seja do mal”, dizia a famosa máxima da companhia.
Uma onda recente de suspeitas, porém, tem colocado esse bom-mocismo em xeque. Nos últimos anos, o Google tomou a decisão de diversificar seus negócios. Exemplos disso são o Google+, rede social lançada em junho de 2011, e o Google Shopping, comparador de preços do comércio eletrônico.
Até aqui, nenhum problema. A grande questão é que a empresa, que fez fama justamente por listar, de forma decrescente, os conteúdos mais relevantes sobre determinado tema, é acusada em várias partes do mundo de favorecer os próprios sites. Ou seja, o Google, segundo seus acusadores, estaria furando a fila dos resultados de seu sistema de buscas.
Um dos eventos mais notórios ocorreu em setembro. Diante de reclamações de várias empresas, o Google foi convocado a se explicar ao comitê antitruste do Senado americano. Há hoje casos parecidos sob