Golgota
1. Jesus toma a cruz aos ombros
Quando Pilatos desceu do tribunal do Gábata, seguiram-no uma parte dos soldados e foram diante do palácio, para acompanhar o séqüito. Um pequeno destacamento ficou com os condenados. Vinte e oito fariseus armados, entre os quais os seis inimigos furiosos de Jesus que estavam presentes quando foi preso no horto das Oliveiras, vieram a cavalo ao fórum, para acompanhar o séqüito. Os carrascos conduziram Jesus ao meio do fórum; alguns escravos entraram pela porta ocidental, trazendo o patíbulo da cruz e jogaram-no ruidosamente aos pés do Salvador. Os dois braços da cruz, mais finos, estavam amarrados com cordas ao tronco largo e pesado; as cunhas, o cepo para sustentar os pés e a peça ajustada ao tronco para a inscrição, junto com outras ferramentas eram carregados por alguns meninos a serviço dos carrascos. Quando jogaram a cruz no chão, aos pés de Jesus, Ele se ajoelhou junto à mesma, e abraçando-a, beijou-a três vezes, dirigindo ao Pai celestial, em voz baixa, uma oração comovente de ação de graças pela redenção do gênero humano, a qual ia realizar. Como os sacerdotes, entre os pagãos, abraçam um altar novo, assim abraçou Jesus a cruz, o eterno altar do sacrifício cruento de expiação. Os carrascos, porém, com um arranco nas cordas, fizeram Jesus ficar ereto, de joelhos, obrigando-o a carregar penosamente o pesado madeiro ao ombro direito e com o braço direito segurá-lo, com pouco e cruel auxílio dos carrascos. Vi anjos ajudando-o invisivelmente, pois sozinho não teria conseguido suspendê-lo; ajoelhava-se, curvado sob o pesado fardo. Enquanto Jesus estava rezando, outros carrascos puseram sobre os pescoços dos ladrões os madeiros transversais das respectivas cruzes, amarrando-lhes os braços erguidos de ambos os lados. Essas travessas não eram inteiramente retas, mas um pouco curvas e na hora da crucifixão eram ajustadas na extremidade superior dos