Goffman E. Manicomios
Dirigida por J. Guinsburg
erving goffman
MANICOMIOS,
PRISÓES
E CONVENTOS
Equipe de realizacáo - Tradu ~uarto de.vestir, c~m suas bacias engorduradas, e, frente. a ffleira de privadas SUJas e quebradas, sem trineos nas portas, de forma que, sempre ~ue nos sentávamos, certamente alguém entraria por elas. ~ara ml~,
s:
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nao é fácil pensar na minha vida escolar sem ter a lm~r:ssao de respirar uma baforada fria e desagradável - urna especie de mistura de meias usadas. toalhas sujas, cheiro de fezes. nos corredores, garfos com alimento ~elho entre. os dentes, carne ~e carneiro, e as portas dos banheiros que batíam e o eco dos UfIn6is nos dormltóríosst.
Existem ainda outras fontes de contamin~~ao, como o sugere uro entrevistado ao descrever uro hospital de campo de concentracáo:
L E e WOLFF H. G. Cornmunist Interrcgation and
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HINKLE JR
profans:idor das fezes, bem como da necessldada de controle pessoal b~ como ambiental, é apresentada por C. E. OR.BACH, et al.• Feers and h fensive Adaptatlons to the Loss of Anal Spbincter Control, The Phyc o-
analytic Review, XLIV (1957), pp. 121-75.
.
•
ECKSTALL(40) Por exemplo. JOHNSON e DODDS, op. cu., p. 75, H
SMITH. op. cít., p. 15.
(41)
ORWELL,
George. Such, s\lch were the. Joy'. Parüsan Revtew,
.
523.
XIX (setembro-outubro, 1952), p.
32
33
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~eitavam.se
duas pessoas em cada cama. E era muito desa-
gradável. P?r exemplo, se uro homem morria, nao era retirado senao depcis de vinte e quatro horas, pois o grupo evidentemente desejava obter a ra!;ao de.páo e sopa destinada a essa pessoa". Por ISSO, a morte s6 era declarada vinte e quatro horas depois, de forma que sua racáo nao fosse suprimida. E por isso a gente precisava ficar todo esse tempo na mesma cama com a
pessoa morta42•
~tá~amos no nivel intermediário. E era urna sltuacño terrível,