Definição da loucura
Luciana Fim Wickert
Estudante de Psicologia da Universidade do Vale do Sinos UNISINOS/RS Aluna bolsista do Proyecto lntercamposlAL.E./97 de la Agencia Española de Cooperación Internacional Vários trabalhos de pesquisa sobre solução terapêutica e programas de saúde
Endereço para correspondência
As instituições manicomiais tendem a estandardizar os pacientes, sem considerar sua singularidade. Um panorama histórico desde a Idade Média até os dias atuais, uma reflexão sobre a inserção da loucura nas instituições e na sociedade, a necessária reconstituição de noções elementares de cidadania para os chamados loucos; constituem os eixos do presente estudo.
Este trabalho visa refletir sobre as condições homogenizadoras as quais o paciente psiquiátrico se vê submetido nas instituições manicomiais. Entende-se que estas são práticas que visam moldar a conduta do sujeito sem levar em consideração o seu desejo, a sua subjetividade, num único objetivo de exclusão e dominação social.
Para tanto analisa-se como a formação dos hospitais psiquiátricos está diretamente relacionada a uma ideologia massificadora, que visa a exclusão da diferença e da alteridade, visto que estas podem possibilitar mudanças sociais dissonantes a manutenção do status quo institucional. Na busca de uma maior reflexão sobre a instituição manicomial, aborda-se os conceitos de instituição propostos por Lapassade e Goffman.
Na seqüência discute-se sobre o tratamento oferecido àqueles que padecem de sofrimento mental, salientando-se que a atual abordagem é mantenedora deste, por não propiciar meios para que o sujeito trace o seu próprio caminho em busca da subjetivação.
Entendendo que a saúde só se dá quando o sujeito tem possibilidades de traçar o seu próprio destino, conforme o seu desejo, em direção ao seu bem-estar físico, psíquico e social e que o caminho construído nem sempre é condizente a modelagem social, questiona-se o processo dito terapêutico vigente e