Globalização
ECONOMIA
Globalização e desigualdade
A
globalização, ao mesmo tempo em que elevou os fluxos de capitais, de mercadorias e de investimentos diretos, aumentou a desigualdade entre os países ricos e pobres. Por esse e outros motivos, gerou descontentes e fez inimigos. Stanley Fisher encontra-se no grupo de seus defensores. O ex-vice-presidente do FMI afirma que, quando se consideram os indivíduos, constata-se que a globalização tem contribuído para a diminuição da pobreza e da desigualdade.
MARCELO BREYNE / KROPKI
por Frederico Araujo Turolla FGV-EAESP
A globalização tem sido vista como um fenômeno inevitável e paradoxal. Os avanços nos campos da comunicação e dos transportes, por exemplo, estão integrando o mundo de tal forma que a própria existência de fronteiras nacionais está sob ameaça. Nesse e em outros casos, há razoável consenso sobre os progressos conseguidos. Porém, quan-
do se analisam questões de impacto social, como distribuição de riqueza e desigualdades, há forte dissenso.
De fato, é relevante questionar se a evolução do processo de globalização vem contribuindo ou não para a redução das desigualdades entre países ricos e pobres. A análise dos dados de renda média por habitante não dá razão para otimismo:
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21.10.04, 11:46
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ECONOMIA: GLOBALIZAÇÃO E DESIGUALDADE
justamente nas duas últimas décadas, quando o mundo assistiu a uma aceleração da globalização, o fosso que separa os países de renda alta dos demais se aprofundou.
Stanley Fischer, um economista nascido em Zâmbia, exprofessor do MIT – Massachusets Institute of Technology –, ex-vice-presidente do FMI – Fundo Monetário Internacional – e atual vice-presidente do Citigroup, procurou responder a essa questão a partir de uma ótica diferenciada. No discurso inaugural do congresso da American Economic Association deste ano, Fischer mostrou que a globalização pode estar