Globalização - bauman
As consequências humanas.
A globalização, ou “a nova desordem mundial”, de acordo com Kenneth Jowitt em seu livro de mesmo título, trouxe consigo, além do aumento dos fluxos de pessoas e informações, o de capitais. O dinheiro movimenta-se de forma tão rápida que, muitas vezes, o Estado não o acompanha, o que inicia uma divisão entre o mesmo e a economia. Sendo assim, inicia-se uma nova forma de pensar e governar, na qual a riqueza é controlada em sua maior parte por empresas transnacionais, organizações de caráter supranacional, que agem em diferentes territórios, tendo o Estado perdido força frente à movimentação de capital, uma vez que está limitado ao seu território, enquanto o capital não tem domicílio fixo. Como coloca Zygmunt Bauman, “O que quer que se mova a uma velocidade aproximada à do sinal eletrônico é praticamente livre de restrições relacionadas ao território de onde partiu, ao qual se dirige ou que atravessa.” (BAUMAN, Z. Globalização: as conseqüências humanas. Pág. 63. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.) Essa grande movimentação junto ao aumento de poder de algumas transnacionais promove a exclusão de algumas áreas , que acabam não crescendo econômica e politicamente, tornando-se dependentes de outros governos ou mesmo de empresas e organizações, forças anônimas, ou não, que detêm grande poder de influência sobre nações mais fracas. Ainda que digam que não há mais uma força ou Estado hegemônicos, há o que discordar. Nos tempos atuais, apenas não se diz ser o centro de poder e influências, como os Estados Unidos tentam ser; essa hegemonia está dispersa em suas diversas abas (cultura, religião, modelo econômico, moda etc.). Concordando com isso, Bauman (1999, p. 66) discorre:
Em poucas palavras: ninguém parece estar no controle agora. Pior ainda – não está claro o que serias, nas circunstâncias atuais, “ter o controle”. Como antes, todas as iniciativas e ações de ordenação são locais e orientadas para questões