Gilgamesh
Gilgamesh tinha, de acordo com a lenda, dois terços de divino e um de humano. Diz-se ter sido o quinto rei de Uruk, durante a dinastia de Ur, depois do Dilúvio Universal.
O deus da Tempestade, Adad, deu-lhe uma força extraordinária, e o do Sol, Samash, grande beleza.
A arrogância de Gilgamesh granjeia-lhe a antipatia dos Homens e dos deuses, que decidem enviar Enkidu, um deus bárbaro que vivia na floresta, para combater o príncipe. Mas Enkidu acaba por se apaixonar por uma rapariga muito bela e torna-se menos agressivo, de tal modo que ele e Gilgamesh convertem-se nos melhores amigos. Depois de muitas aventuras os deuses decidem que é preciso acabar com aquele companheirismo que nada lhes convinha e ferem mortalmente Enkidu.
Após a morte do amigo nos seus braços, Gilgamesh parte em busca da vida eterna, procurando o segredo da imortalidade. Vai então ter com Ut-napishtim, personagem equivalente a Noé, ou a Ziusudra, na interpretação suméria do Dilúvio que tinha sobrevivido graças ao favor do deus Ea. Os deuses concederam-lhe depois a imortalidade. No entanto, após Ut-napishtim partilhar com ele o segredo este é roubado por uma serpente, ficando para sempre desconhecida a fórmula que concede a vida eterna.
A história ou poema épico deste príncipe foi conhecida na totalidade pelo achado de placas de argila com caracteres cuneiformes cerca de 1890 numas ruínas na Mesopotâmia. Os fragmentos mais antigos que se encontraram datam de 3000 a. C., época da invenção da escrita.
Este poema foi traduzido para línguas como o hitita e na biblioteca da Arsubanipal em Nínive foram encontradas traduções do poema assírio que datam de 668-626 a. C. Também em Boghazköy, na Anatólia, se encontrou uma versão hurrita e