Gestão de Pessoas na Administração Pública: Análise dos Modelos Adotados no Período 1995 a 2010
1995 a 2010
Autoria: Evandro José Bilycz de Camargo, André da Silva Pereira, Denize Grzybovski,
Ana Luisa Hentges Lorenzon, Betina Beltrame
Resumo
O objetivo é identificar e explicar os modelos de gestão de pessoas do governo brasileiro no período 1995-2010, o qual marca a suposta transição ideológica do neoliberalismo para classes sociais (TRISTÃO, 2011), pressupondo significativas transformações. Trata-se de uma pesquisa documental com análise de conteúdo. O estudo revelou que as propostas de reforma institucional iniciadas no governo FHC tiveram continuidade no governo Lula, sem apresentar transição ideológica. O modelo de gestão de pessoas é orientado por uma política pautada na excelência do serviço prestado e em ações promotoras de resultados significativos através da atuação de cada um. É um modelo gerencialista.
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1 Introdução
O contexto contemporâneo apresenta grandes, significativas e sucessivas mudanças na área de gestão de pessoas (CHANLAT, 1994), popularizadas nas revistas de negócios das quais emergem questões de competição e individualidade no mundo do trabalho com vistas a
“modelar” pessoas de acordo com as necessidades de mercado (WOOD JR.; DE PAULA,
2002). É uma área da gestão que transmite a ideia de busca por “um ideal de indivíduo que se comporta racionalmente e que é capaz de alcançar sempre mais” (MORAES, 2012, p. 287).
A área de gestão de pessoas na administração pública faz parte desse contexto e os servidores públicos também estão expostos ao poder gerencialista de uma ideologia da ciência gerencial que transfigura o social (GAULEJAC, 2007) e traz contradições cada vez mais profundas sob uma ótica narcisista (MANZINI-COVRE, 2011). Uma ameaça faz parte do cotidiano do servidor público, como declara Bresser-Pereira (1996), que é a crescente transformação dos serviços não exclusivos de Estado em propriedade pública não estatal,