Gestão de crises
É normal que após uma crise , as empresas cheguem a extremos. Como? Elas criam fortalezas de normas e procedimentos para poderem combater o inimigo que as atacou uma vez. Desenvolvem uma espécie de imunidade à doença de que foram acometidas – da mesma forma que uma pessoa não contrai catapora duas vezes. Contudo, sempre há um contorno iluminado , há como não ser vítima do mesmo desastre duas vezes.
Para tanto, um núcleo empresarial dispõe de três formas de prevenção. A primeira que posso citar é a eficácia de controles rigorosos. É necessário que haja controles financeiros e contábeis severos, com auditoria interna e externa abrangente. Uma segunda ferramenta de prevenção seria investimento maior em processos internos eficazes, onde sejam feitos procedimentos de seleção rigorosos, avaliações do desempenho francas e programas de treinamento que deixem claro as normas da empresa. Já a terceira e última ferramenta é menos comum, que se trata de uma cultura de integridade. O que seria isso? Seria um ambiente de honestidade, transparência, justiça e observância rigorosa das regras e regulamentos. Aqui não há dissimulação ou cumplicidade.
Transformar em exemplos negativos as pessoas que transgrediram as normas internas e externas é extremamente benéfico para uma organização ! Você pode assim pensar , mas uma punição tão extensiva e pública me parece muito severa ! Pode até parecer sim, mas são a melhor maneira de aumentar as chances de que quando alguém na empresa acender um fósforo – ou seja , de algum modo infringir os princípios de integridade .
Não sei se os presentes aqui conhecem a história de fraude contábil que abalou recentemente a Royal Ahold, distribuidora e varejista holandesa de alimentos que se tornou a terceira maior rede de supermercados do mundo, com uma estratégia de aquisição agressiva e, aparentemente, malograda.
A Ahold surpreendeu os investidores quando revelou, em 24 de fevereiro de