Gestão como doença social
GESTÃO COMO DOENÇA SOCIAL
A gestão fundamenta-se mais sobre a eficácia da ação do que sobre a pertinência das ideias, e dado esse fato disse que esta se apresenta como pragmática dotada de vários conjuntos de normas e modelos fornecidos pro experts, estes modelos são construídos a partir de diferentes paradigmas, conjunto de crenças sobre as quais as hipóteses, teorias e métodos são elaborados. O conceito de gestão é amplamente difundido como um conjunto de técnicas destinadas a pesquisar a melhor forma de alocar os recursos disponíveis visando à continuidade e o crescimento da empresa no mercado, dentro desta perspectiva a particularidade da gestão se encontra no fato de que não se persegue uma finalidade definida por um grupo de indivíduos ou negociada no meio de uma coletividade, mas sim imposta pelo meio externo. Existe uma relação ambígua entre as ciências da gestão e a ideologia gerencialista. A primeira cabe descrever e analisar as modalidades de organização da ação coletiva, já a segunda se encontra ligada ao poder gerencialista para garantir a empresa. Contudo, a gestão acaba por se perverter ao favorecer uma visão de mundo na qual o humano se apresenta como um recurso a serviço da empresa em que trabalha tal quais as engrenagens de uma maquina, despojados da capacidade de intervir sobre sua própria situação. Inicialmente o campo de gestão era definido pela concepção física da empresa, entendida como um conjunto de mecanismos, mas ao passar dos anos novas interações e complexidades vão sendo acrescentadas e assim acaba-se por definir gestão como uma disciplina multiforme, onde ao se definir em relação a uma finalidade pratica passa a se decompor em domínios especializados relativos à área em questão. O paradigma objetivou confere a ciência gerencial certa cientificidade, ele descrede uma empresa como um universo funcional, a partir de procedimentos construídos sob o modelo experimental, dominado por uma concepção utilitarista da ação