gestação
A complexidade das mudanças provocadas pela vinda do bebê não se restringe apenas às variáveis psicológicas e bioquímicas: os fatores socioeconômico também são fundamentais. Numa sociedade em que, sobretudo nas áreas urbanas, a mulher costumeiramente trabalha fora, também é responsável pelo orçamento familiar e cultiva interesses diversos (profissionais, sociais etc.), o fato de ter um filho acarreta consequências bastantes significantes. Privações reais, sejam afetivas sejam econômicas, aumentam a tensão intensificam a regressão e a ambivalência. A preocupação com o futuro aumentam as necessidades da grávida e intensificam sua frustações, gerando, em consequência, raiva e ressentimentos, que a impedem de encontrar gratificação na gravidez.
Em relação ao casamento, a gravidez também pode levar a maiores níveis de integração e aprofundamento no relacionamento do casal, mas, por outro lado, pode romper uma estrutura frágil e neuroticamente equilibrada. Para a mulher que quer excluir o marido de sua vida, para o homem que sente intenso ciúmes do filho que vai nascer, para a mulher que não superou sua dependência infantil em relação a própria mãe, ou para a que se sente inferior pelo fato de ser mulher, a gravidez pode constituir uma ameaça ao casamento ou ao equilíbrio pessoal. O corpo gravido evoca também sentimentos de orgulho por representar fecundidade e plenitude; por outro, evoca sentimentos de vergonha, por ser diferente do padrão estético de mulher atraente. É o complexo território da