A chegada de novos prefeitos e secretários de Educação é sempre um período de incertezas no país. Para evitar a descontinuidade das boas políticas públicas e, ao mesmo tempo, aprimorar as ações e resolver os problemas que existem, é fundamental que o processo de transição seja bem conduzido.Como mostra o texto Mudar Sem Destruir o que Já Foi Feito, publicado na edição de fevereiro de NOVA ESCOLA, que acaba de chegar às bancas, é preciso ter registros bem organizados, que funcionem como um grande panorama da gestão e auxiliem a equipe que chega.Nesta entrevista, Cleuza Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), conta como as equipes que assumiram no início do ano podem começar organizar a gestão desde já.O Brasil acaba de passar por um período de transição dos governos municipais. Por que é importante documentar esse processo?CLEUZA REPULHO Na área da Educação, assim como na Saúde, o planejamento e os programas são implantados a médio e longo prazos. É praticamente impossível iniciar e concluir um projeto durante uma única gestão. Um memorial bem elaborado, assim como o bom uso do Programa de Ações Articuladas (PAR), ajuda o secretário a conhecer a gestão anterior e dar continuidade aos projetos.Que problemas podem acontecer quando não existem registros bem organizados?CLEUZA Além de atrasos na continuidade dos projetos, também é possível que ocorra a duplicidade de ações - ou seja, que a nova gestão comece do zero programas que já estavam sendo realizados. O principal impacto, no entanto, se dá na outra da ponta, nas salas de aula. Quando se perde tempo com questões de estrutura da secretaria, deixa-se de lado a aprendizagem dos alunos, que deve ser o foco do trabalho.Como os atuais secretários podem se organizar desde o começo da gestão para evitar problemas?CLEUZA É importante que eles façam o registro de todas as suas ações. Isso deve ser feito durante toda a gestão, e não apenas nos meses que antecedem a transição.