Gestao escolar
Rosane Melo [1]
Autismo
No que tange ao diagnóstico e uma concepção teórica que permita uma sustentação clínica, podemos dizer que o autismo ainda permanece um enigma para muitos dos profissionais que se ocupam de crianças portadoras desta enfermidade. Uma enfermidade da libido, tal como propõe Soler (1989, 2004). A hipótese de Soler (1989, 2004) é de que esta é uma enfermidade que vai muito mais além de um transtorno das já conhecidas relações de objeto. Nestes casos, a libido liberada da cadeia de relações designadas de objeto, faz retornar o sujeito a uma satisfação encerrada em si mesma. Quando se trata de seguir a etimologia da palavra observamos que autismo, do Grego “autós”, significa “si mesmo”. E quando seguimos a história do conceito, constatamos que o autismo de Bleuler (apud Bercherie, 1989) coincidia com a teoria freudiana sobre o auto-erotismo, desde que ficasse excluído o eros, acentuando a perda da realidade e mais particularmente o aspecto da vivência de uma outra realidade. Para Bleuler, o autismo seria um sintoma fundamental da esquizofrenia, isto é, significa perda de contato com a realidade, uma retirada da libido do mundo externo, à semelhança do que formulou Freud (1914). Neste caso o autismo de Bleuler é um termo forjado a partir do conceito de auto-erotismo - sem eros - e sua relação com a esquizofrenia.
Em 1943, Leo Kanner, cunhou o termo Distúrbio Autístico do Contato Afetivo (Rocha, 1997[2]), marcando profundamente a psiquiatria infantil da época por propor uma classificação relacionada especificamente às crianças, com uma fenomenologia própria e não retirada das descrições e classificações dos casos que envolviam adultos. Hans Asperger pesquisou e em 1944 classificou a psicopatia autística que apresenta muitas semelhanças com o quadro descrito por Kanner. Conhecida hoje como a Síndrome de Asperger, é um dos espectros mais conhecidos do Autismo, que de modo geral designa um autismo brando.
Embora