gestalt
RESUMO
O objetivo deste artigo é apresentar um modo diferenciado de pensar o bebê: um ser que é reflexo, contudo cortical também, que está motivado para a comunicação com os outros; que reage à luz, ao som e à voz da mãe; que sente e sabe que existe a partir do fim do segundo trimestre de gestação.
Palavras-chave: bebê, intersubjetividade, teoria da mente, comportamento visual, auditivo, linguagem e aprendizagem. INTRODUÇÃO
Antes de responder a esta questão, é preciso fazer dois esclarecimentos. O primeiro é que não tenho a resposta para o que os bebês sabem. Então, por que a pergunta sobre o que os bebês sabem? É muito simples; quando estamos diante de uma questão, podemos não saber a resposta, mas temos algum discernimento, algum entendimento sobre ela. Acumulamos um conhecimento crescente sobre a questão e temos uma vaga idéia da resposta. Cada idéia deste texto pode revelar-se incerta, mas isso já seria um progresso, por que as velhas idéias sobre o bebê ser somente reflexo, por exemplo, e não possuir a capacidade de se comunicar, eram muito sem graça. O segundo esclarecimento é que os princípios do desenvolvimento humano são muito complexos e, hoje, estão ainda em pesquisa; portanto, não se descobriu ainda o que os bebês sabem na íntegra, mas se têm boas idéias do que eles possam estar pensando. Nenhuma das idéias no texto é minha, apenas comungo com elas. Selecionei, de muitos estudiosos, pensamentos que parecem oferecer um entendimento diferenciado a respeito de como os bebês se comportam; que se ajustam às pesquisas recentes; predizem fatos novos e são coerentes com seus resultados. Afinal, não é este o objetivo da atividade científica: aprender a dominar as causas e os efeitos dos fenômenos que se observam; explicá-los, predizê-los, controlá-los e transformá-los? Nesse sentido, o objetivo deste texto é tecer essas idéias de forma coesa, utilizando o conceito de Intersubjetividade