Determinação da qualidade ecológica de água doce
1. Nota Introdutória:
O declínio da diversidade biológica e da qualidade da água a nível mundial, mostrou que a gestão dos ecossistemas aquáticos necessita de um conjunto de ferramentas, suportadas por metodologias eficazes, que permitam identificar a gravidade e implicações provocadas por perturbações, de origem natural, mas principalmente de causas humanas, Esta perturbação antropogénica inclui, por exemplo: desflorestação e drenagem de zonas húmidas, desmatação para cultivo, extração de água para irrigação e introdução de espécies exóticas, o que pode causar grandes mortalidades ao nível dos organismos, das populações ou do ecossistema (V. Catherina et al. 2008). O primeiro passo para a resolução dos problemas socio-ambientais gerados pela má gestão dos recursos hídricos é o desenvolvimento de metodologias de diagnóstico eficientes (Buss et al. 2003).
2. Microinvertebrados como indicadores ecológicos
As técnicas de bio-monitorização utilizam componentes das comunidades biológicas para avaliar a qualidade de rios, e baseiam-se na suposição de que algumas espécies são pouco tolerantes a certos parâmetros, como poluição orgânica, pelo que a composição global das comunidades irá reflectir os tipos e concentrações de poluentes na água (Day, 2000 in S. Marta, 2012). Assim, determinados organismos designam-se de Intolerantes ou Sensíveis uma vez que não conseguem sobreviver nas novas condições, enquanto outros, porque não são afectados, se designam de Tolerantes. Os invertebrados aquáticos utilizados na avaliação biológica são denominados macroinvertebrados bentónicos, ou bentos e vivem junto ao fundo no leito dos rios. Constituem uma comunidade bastante diversificada, incluindo anelídeos, moluscos e artrópodes. Para além de apresentarem uma multiplicidade de níveis de tolerância às pressões humanas, são fáceis de colher, colonizam todos os habitats presentes e não